Santa Efigênia, Boca do Lixo, Cracolândia

Santa Efigênia, Boca do Lixo, Cracolândia
Todos os anos, principalmente em ano eleitoral, assistimos o mesmo espetáculo nos programas jornalísticos, depois repetidos exaustivamente nos horários políticos. Operações militares de vulto ocupam a cracolândia paulistana. Os viciados em pânico espalham-se pela cidade. Três ou quatro supostos traficantes são presos e alguns hotéis fechados. Renovam-se as promessas de revitalizar o espaço, a volta aos tempos áureos da região. Propositalmente confunde-se a história dos Campos Elíseos (este sim outrora nobre), com a do Bairro de Santa Efigênia, onde se localiza a Cracolândia, numa promessa mítica de volta à uma belle époque tão glamurosa quanto falsa.
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Dossiê Mães de Maio: Carreirismo acadêmico, ongueiro e estatal

Dossiê Mães de Maio: Carreirismo acadêmico, ongueiro e estatal
Nós do Movimento Independente Mães de Maio há muito tempo alertamos, e hoje reforçamos estar totalmente cansad@s da quantidade de oportunismo e carreirismo acadêmico com o qual somos obrigad@s a lidar dia após dia. Diversos gestores acadêmicos (ligados direta ou indiretamente a ONGs e ao Estado), professores, pesquisadores e até mesmo jovens estudantes – muitos que se auto-definem como “de esquerda”, mas que na verdade se aproximam dos movimentos única e exclusivamente pensando em SUAS pesquisas acadêmicas; em SEUS currículos que lattes mas não mordem; em SEUS eventos institucionais; e em SUAS carreiras individuais na academia ou em instituições ligadas direta ou indiretamente a órgãos do Estado.
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Meu Medo Do Pop

Meu Medo Do Pop
Deparei-me hoje com o texto/reflexão/provocação do Bruno Natal para o site “O Esquema” com o título de “Kiko Dinucci e o Medo do Pop“. Como o próprio Bruno escreveu no começo do texto, ele nunca me entrevistou pra saber a minha posição a respeito, mas, mesmo assim, levantou diversas questões e conclusões. Senti-me com liberdade pra responder algumas dessas perguntas, já que no texto, meu nome é citado quase como uma espécie de símbolo da encruzilhada da minha geração em relação às massas.
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William Zeytounlian – Poesia

William Zeytounlian – Poesia
fome além da janela descansa prateado o horizonte pleno em sonhos. a fome consome as últimas árvores em êxtase silente. há muito as sirenes cessaram. furioso, o deserto oferece um brinde sem resposta aos olhares constrangidos dos convivas: o vento o leva além dos confins, além de nossa visão e o traz de volta: esboça uma linha em torno de nossas sombras: ‘além não irão’. respirar o ar acre e escaldante que arrasta pelos séculos é como mergulhar em memórias.
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